“Derk Pereboom e Gregg Caruso argumentam que os seres humanos nunca são moralmente responsáveis por suas ações e adotam essa tese como ponto de partida para um projeto cujo fim último é a reforma das práticas de responsabilização, as quais incluem elogios, reprovações e a punição na esfera legal. Este artigo compartilha da preocupação cética de que as práticas de responsabilização atuais podem ser imperfeitas e necessitarem de modificações, mas argumenta que uma busca não-cética dessas modificações é viável e mais promissora. As linhas principais do argumento são desenvolvidas mediante uma avaliação das possibilidades de implementação de uma das mudanças defendidas no interior do projeto cético (a saber, a redução da severidade da punição) à luz de como a psicologia moral humana funciona. Um estudo experimental original (N = 180; participantes oriundos de grupos de Facebook relacionados a universidades brasileiras) pediu aos participantes para recomendar uma sentença para um criminoso fictício depois de considerar alternativas à punição regular que variaram em sua efetividade em prevenir a reincidência. Os resultados sugerem que as pessoas podem se tornar menos punitivas mesmo se continuarem a acreditar na responsabilidade moral e no livre-arbítrio. O artigo também argumenta que é mais provável que a reforma das práticas de responsabilização aconteça sem a aceitação do ceticismo.”
Este é o resumo de meu artigo “Reforming responsibility practices without skepticism” publicado recentemente na Philosophical Psychology. (A versão aceita permanecerá com acesso livre aqui).
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